Gestores da Polícia Civil impedem a liberdade sindical
Publicado em: 06-03-2020O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia (ADPEB/Sindicato) informa que na continuidade da mobilização da classe em torno das reivindicações por melhores condições salariais e de trabalho, almejando o fortalecimento da instituição policial civil, decidiu marcar um encontro informal com os delegados coordenadores regionais que seria realizado no dia de ontem, 5 de março, no Hotel São Salvador, às 18h30, sendo todos convidados para um bate-papo, seguido de jantar. Saliente-se que o encontro seria realizado na noite anterior à reunião designada pelo Depin para o dia de hoje, 06.
Confirmaram presença 18 (dezoito) dos 26 (vinte e seis) coordenadores regionais. Ressalte-se que Geraldo Adolfo Barreto Nascimento não confirmou a sua presença e as demais ausências foram justificadas da seguinte maneira: Arilano Kleber Medeiros Botelho, Jean Silva Souza e Ligia Nunes de Sá encontram-se de férias; Antonio Roberto de Júnior, em razão de doença de ente familiar, não se encontra no estado; André Aragão Lima, por motivos familiares; Moisés Nunes Damasceno e Mirela Santana Matos Ventura, por motivos de trabalho.
Entretanto, para surpresa da Diretoria da ADPEB, apenas o coordenador regional de Senhor do Bonfim, Felipe Neri da Silva Neto, compareceu ao encontro no horário agendado; quanto às demais ausências, chegou ao nosso conhecimento que o diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin), Flávio Augusto de Andrade Góis, em obediência à ordem do delegado geral, Bernardino Brito Filho, determinou que os coordenadores regionais estavam proibidos de participar do encontro, ferindo, desta forma, o quanto determina a Constituição Federal no que tange à liberdade sindical.
Perplexos, e faltando cerca de uma hora para o encontro, os diretores da ADPEB que se faziam presentes entraram em contato com alguns coordenadores e com o delegado geral, sendo confirmado o ardil engendrado pela gestão, sob a alegação de se tratar de “momento sensível temos que preservar em tudo” (sic).
O encontro organizado pela ADPEB, que teria como escopo assuntos de interesse da categoria e, antes ainda, serviria para poder ouvir de todos os reais problemas enfrentados pela Polícia Civil no interior do estado, discutir propostas e, conjuntamente, buscar soluções que pudessem contar com a colaboração da entidade de classe, nunca teve o propósito de reunir os coordenadores para atentar contra quem quer que fosse, como fez pensar a determinação.
A vergonhosa situação vivida ontem demonstra a importância de nossa mobilização pelo resgate da Polícia Civil. No fundo, nossa instituição foi invadida por uma horda de bajuladores, submissos e covardes que perderam a chama do que há de mais precioso no ser humano: sua dignidade. Cegos, não enxergam além do próprio umbigo, pois a altivez que a atividade nos impõe foi alienada em troca de quinquilharias. Vendida a alma, restou perambulando o corpo e nada mais. Agora resta a cada filiado sublimar a decepção, aprender com os erros e manter a capacidade de entender a fragilidade humana.
O convite da Diretoria da ADPEB/Sindicato é para que possamos juntos reverter a ordem das coisas, revigorando nosso trabalho de forma irmanada com os nossos aliados de todas as horas: investigadores e escrivães. Resistir é preciso, caros filiados!
Não podemos permitir que a mediocridade sufocante dos falsos líderes da Polícia Civil impeça nossa instituição de alcançar voos maiores diante dos desafios que temos pela frente. Nossa missão constitucional é importantíssima para a sociedade, e não serão eles, os ímpios, fortes o suficiente para criar empecilhos ao nosso engrandecimento.
Nutrimos, em nome de todos os delegados de polícia da Bahia, o apego à causa nobilíssima de um dia atuarmos numa instituição que seja respeitada socialmente pela defesa dos pilares dos valores democráticos. A ADPEB/Sindicato, juntamente com cada filiado, não recuará diante de tais fatos, ao revés, seguirá firme e defendendo o propósito de fortalecer a instituição Polícia Civil da Bahia.
Diante dos fatos narrados, a Diretoria da entidade deliberou: 1. Propor na assembleia a ser realizada no dia 16 de março, em Vitória da Conquista, a aprovação de uma Moção de Repúdio ao então delegado geral, Bernardino Brito Filho, ao diretor do Depin, Flávio Augusto de Andrade Góis, bem como aos coordenadores regionais que recuaram da reunião. 2. Representar por assédio moral o diretor do Depin. 3. Propor ao Conselho de Ética que analise a conduta do filiado Flávio Augusto de Andrade Góis, então diretor do Depin, por infringir, em tese, dispositivos do Estatuto Social da entidade, respeitado o contraditório e a ampla defesa. Deixamos de fazer o mesmo em relação a Bernardino Brito Filho, delegado geral, porque este não é filiado.